DA LAGARTA À BORBOLETA: A TRANSFORMAÇÃO DA BIBLIOTECA DA UESPI

terça-feira, 28 de junho de 2011
 Ao Ingressar como estagiaria na biblioteca da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), a imagem que se tinha era de um verdadeiro abandono da instituição. A biblioteca não tinha um espaço adequado, aguardava reforma de seu prédio e se instalava temporariamente no auditório da universidade. Contava com espaço limitado e inadequado a conservação do acervo que se encontrava em sua maioria desorganizado, servindo inadequadamente aos usuários, isto, resultado de anos à mercê de não profissionais bibliotecários que desconsideravam os processos técnicos e sociais atrelados à biblioteca e indispensáveis a sua organização. A bibliotecária Patrícia Gomez, responsável pela instituição destaca os seguintes pontos que representavam a biblioteca ao assumi-la:
  
·       Recursos humanos insuficientes e inadequados. A biblioteca além de não dispor de funcionários em número suficiente para realização dos serviços necessários a seu funcionamento, não dispunha de nenhum funcionário da área de biblioteconomia que permitisse organização técnica adequada.



·   A estrutura física dificultava o acesso aos acervos, o espaço insuficiente inviabilizava o crescimento e planejamento de novos serviços.

·     Os recursos tecnológicos disponíveis para alimentação do banco de dados estavam mal utilizados e levavam a inviabilização de pesquisas temáticas. O programa de gerenciamento da biblioteca estava sendo alimentado de forma inadequada.

·     A falta de estrutura e seguridade estava levando a perca permanente de documentos do acervo bibliográfico.

Em suas palavras “A biblioteca não tinha condições nem recursos para desempenhar seu papel como biblioteca universitária.”







    Hoje com prédio reformado, conta com ampla área para o setor de administração com sete computadores conectados à internet para a realização de processos técnicos, ampliou-se também o espaço para o acervo que dispõe de locais para leitura com 19 mesas e sala especifica no andar superior com 23 mesas disponíveis aos leitores, bem como oito computadores disponíveis para acesso à internet, porém ainda inoperantes por falta de recursos elétricos e de informática. Novas obras foram adquiridas, como informa Patrícia: “Foram comprados mais de 7000 livros para a Biblioteca Central e também para as bibliotecas dos outros campus, para o Ensino a Distância e para o programa de Pós-Graduação.” 

   Em relação aos serviços e pessoal a bibliotecária adianta: “Existe já adquirido um sistema de segurança para monitorar as salas de leitura, acervo e portaria. Estamos à espera da estruturação da área técnica e salas especiais, que embora ainda não estejam em funcionamento, os projetos já estão aprovados em espera dos recursos financeiros. 

   A falta de recursos humanos com formação técnica foi atendida com a contratação de 3 bibliotecários e 10 estagiários de biblioteconomia. Este quadro, porém ainda insuficiente, está permitindo o tratamento profissional dos acervos da biblioteca. Os equipamentos de segurança e refrigeração já foram comprados e estão na instituição há vários meses, porem ainda não foram instalados por falta de estrutura de mão de obra para tal. O programa de gerenciamento da biblioteca foi adquirido, porém, somente agora, estamos iniciando o trabalho de alimentação do banco de dados por falta da instalação adequada dos equipamentos necessários, como servidor, redes e roteadores.” Em razão destas mudanças, alguns serviços como empréstimo, não estão disponíveis o que tem causado muitas reclamações e descontentamentos para com a biblioteca. 

   Porém, estamos nos “bastidores” da instituição sabemos das dificuldades e do grande trabalho a ser feito. Como podemos observar nem tudo são flores, tudo isto foi conquistado com muito esforço e a disponibilidade de recursos ainda é limitada e insuficiente. Estamos frente a um grande desafio: corrigir os erros do passado e principalmente tentar acertar para fazer da biblioteca da UESPI um órgão útil aos estudantes, professores e a comunidade a que serve.  Pretendemos formar um novo conceito de atuação que tenha como foco principal o usuário e a satisfação de suas necessidades. Mas o caminho ainda é longo e dificultoso. Patrícia finaliza destacando a necessidade de mais investimentos para a instituição: “As expectativas para o futuro são de uma biblioteca atuante que supra as necessidades de uma universidade. A base está sendo montada, mas conseguir o objetivo vai depender principalmente da continuidade dos investimentos. Precisa-se indiscutivelmente da realização de concurso para contratação de bibliotecários e funcionários”.


Ana Paula Lopes

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