Analfabetismo funcional: a biblioteca pode ajudar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

   Chamou-me muito a atenção uma matéria que li em uma revista do ministério da educação que enaltece a função social de nossas bibliotecas, o texto retrata um tema bastante presente em nossa sociedade embora não nos atentemos a ele: o analfabetismo funcional.

   Mas o que é analfabetismo funcional?

    Bom, é considerado analfabeto funcional a pessoa que lê e escreve frases simples, mas não possui a capacidade de interpretar textos, bem como problemas matemáticos. Elas não são capazes de associar informações e utilizá-las no seu dia-a-dia. Em 2001 foi criado o INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional) que investiga o nível de alfabetismo da população brasileira adulta. O INAF identifica através de questionários e testes práticos as habilidades de escrita, leitura e matemática dos brasileiros e todo este processo são realizados por especialistas do IBOPE apoiado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM). Segundo a matéria aproximadamente e absurdamente 70% da população brasileira economicamente ativa se constitui de analfabetos funcionais.

   De quem é a culpa?

   A deficiência educacional de nosso país não é nenhuma surpresa, sabemos onde está a falha: no abandono da educação. O sistema escolar defasado é o principal causador desta triste realidade. A escola cumpre a sua função pela metade, ensina a ler e a escrever, mas não ensina a pensar. De acordo com dados de 2009 do INAF, quanto à escolaridade 52% dos brasileiros que estudaram até a 4ª série atingem apenas o grau rudimentar de alfabetismo e 9% são analfabetos absolutos. Os que cursam da 5ª a 8ª série, apenas 17% podem ser considerados plenamente alfabetizados. Dos que completaram o ensino médio menos da metade, 41% estão de fato alfabetizados. Os que chegaram ao ensino superior 71% dominam leitura, escrita e habilidades matemáticas. Percebemos que a escola esta formando uma quantidade absurda de analfabetos funcionais.

    A biblioteca pode ajudar?
 
   Como bem citado na matéria, segundo o manifesto da UNESCO a liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento social só podem ser alcançados quando todos os cidadãos estiverem informados, ratificando o que nós bibliotecários já sabemos e a sociedade começa a se dar conta: a informação liberta o individuo desta privação que é não saber pensar, questionar, mudar... As bibliotecas, principalmente as comunitárias, podem sim interferir nesta realidade, pois existem justamente para prover a comunidade, informações que lhe sejam uteis. O exercício constante de diversos tipos de leitura ajuda a desenvolver a capacidade intelectual do individuo. O ideal seria que mais do que fornecer livros a biblioteca, isto é, prestando um verdadeiro serviço de informação e orientando a comunidade em questões referente à sua cidadania.

Na chamada sociedade da informação, ainda existem pessoas desinformadas diante da privação do direito de participação. A existência de bibliotecas comunitárias que atendam as necessidades de informação pode minimizar a exclusão social [...] (FERRAZ, 2010, p.48).
 
   Sem duvida a biblioteca pode ajudar, mas é necessário que haja interesse do poder público e principalmente da comunidade em receber, cuidar e usufruir de um espaço como este.
Mais informações:
IPM- http://www.imp.org.br/      
INAF- http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.00.00.00&ver=por
FERRAZ, Kátia. Bibliotecas comunitárias contra o analfabetismo funcional. Geografia. São Paulo, n.29, fev.2010.

Ana Paula Lopes

1 comentários:

Raimundo soares disse...

Pura realidade, "não só/apenas a biblioteca"; mais uma educação de qualidade e incentivando assim a leitura, ....

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